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sábado, 29 de agosto de 2009

"Súplica de Inês de Castro", de Francisco Vieira Portuense

"Súplica" no Soares dos Reis

ISABEL PEIXOTO

Obra de Vieira Portuense, pintor natural da Invicta, pode ser vista na cidade até ao final de Novembro.

Até ao fim de Novembro, o Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, mostra ao público a obra de Vieira Portuense "Súplica de Inês de Castro". O quadro foi apresentado ontem, durante a visita do ministro da Cultura ao distrito.
Executada em 1803, dois anos antes da morte do seu autor, a tela "Súplica de Inês de Castro" é um dos exemplos da tradição da pintura de História. Segundo Paulo Henriques, director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), trata-se de um "quadro cheio de anacronismos", cruzando pormenores da época com alguns erros, como o vestido de D. Inês ou a moldura da imagem que representa o rei a cavalo.
Referências deixadas ontem, numa breve cerimónia em que o ministro da Cultura também marcou presença. Pinto Ribeiro aproveitou a ocasião para lembrar que os museus devem "ter pretextos e contar histórias" e manifestou o desejo de que o Museu Nacional Soares dos Reis "se abra e seja eficaz a contaminar as pessoas", para que elas possam aceder ao mundo das artes, um "mundo muitas vezes cifrado".
O titular da pasta da Cultura lembrou o processo que levou à aquisição do quadro pela Fundação Caixa Geral de Depósitos e posterior depósito no MNAA, com a ressalva de que fosse exibido também no museu portuense. Depois de ter sido levada para o Brasil em finais de 1807, aquando da transferência da corte portuguesa, a obra só viria a aparecer em França, no ano passado, altura em que foi comprada por um mecenas anónimo, pelo valor de 210 mil euros.
"Súplica de Inês de Castro" está em exposição ao lado de uma outra pintura de Vieira Portuense, "Fuga de Margarida de Anjou", esta executada em Londres e apresentada em 1798 na Royal Academy of Arts. Além de representar o mítico episódio em que D. Inês pede clemência, por si e pelos seus filhos, ao rei D. Afonso IV, o quadro é a última obra remanescente do artista, nascido no Porto em 1765 e falecido no Funchal a poucos dias de completar 40 anos.
Maria João Vasconcelos, directora do museu, sublinhou ao JN que a presença da obra no Porto assume um significado especial e a diversos níveis. Por um lado, devido ao "interesse que a peça tem e o facto de ter sido recuperada para o património nacional"; por outro, o facto de ser da autoria de Vieira Portuense. "É uma atitude que não podemos deixar de registar com muito agrado", acrescentou.
Já no final da visita, Pinto Ribeiro fez questão de subir à cerca das traseiras do museu, onde lançou um desafio à directora, no sentido de chamar as famílias da cidade para ali plantarem árvores, ficando responsáveis por elas. A ideia seria abrir o espaço ao fim-de-semana, já a partir de Novembro, contando com a colaboração dos cidadãos na recuperação da cerca, "para que não seja um matagal", disse o ministro. O próprio está na disposição de ali plantar uma cameleira.

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