Fluxos
Associação Cultural Itinerários Contemporâneos
Na centralidade da reflexão do projecto Fluxos está a mutabilidade, as constantes mutações que um lugar e os seus habitantes, como a Figueira da Foz, por exemplo, sujeito à atracção turística relacionada com a sazonalidade do veraneio, sofrem de forma cíclica. A cidade enche e esvazia, como um corpo que inspira e expira, no fluxo e refluxo de gente. Num tempo está hipertrofiada, vivaz, eufórica, noutro tempo retoma uma quietação e serenidade basais.
As transmutações consequência desses fluxos sazonais reproduzem-se no ambiente ecológico do lugar e áreas circundantes, na matriz arquitectural pública, no arranjo e disposição do espaço privado, na organização social e económica, nas relações de trabalho e de lazer e nas actividades humanas desenvolvidas. A cidade e o indivíduo adaptaram-se num equilíbrio instável entre dois tempos, entre dois espaços opostos e complementares. A cidade está ora subdimensionada, é pequena, claustrofóbica e insuficiente, ora sobredimensionada, excessiva na envolvência do indivíduo.
A reproduzir assim uma constante mutabilidade, uma das obras, adaptada (site specific ) à especificidade do espaço de exposição, surgirá da participação de oito dos artistas intervenientes. Será um conjunto de intervenções sobre papel, individualizadas, realizadas de modo encadeado durante o período de tempo que decorre até ao início da exposição. Cada uma apenas se inicia após a conclusão da precedente, retomando, à semelhança do cadavre exquis surrealista, as pistas por ela sugeridas, e cada artista que conclui a sua intervenção designa, de entre os outros oito, aquele que melhor poderá decifrar essas pistas e continuar a intervenção seguinte. Num total de 16 intervenções, a obra fará sempre um retorno a cada um dos participantes – fluxo e refluxo – confrontando-o com as opções previamente tomadas e as consequências resultantes. Durante a exposição, recobrirá de modo exacto 16 portas individuais alinhadas ao longo de uma parede, separadas por uma fina fresta de espaço escuro e vazio, afirmando simultaneamente o individual e o colectivo, a mudança e o retorno cíclico aos mesmos lugares.
Nas restantes obras os artistas trabalham sobre vários suportes, incluindo a pintura, o desenho, a fotografia, o vídeo e a instalação propondo a reflexão sobre os vários aspectos que caracterizam este vai e vêm sazonal, suas causas e consequências.
Artistas participantes:
António Azenha, Jorge Simões, José Higino, José Pedro Reis, José Vieira, Pato, Paulo Corte Real e Tatiana Santos
IC ZERO APRESENTA
FLUXOS
Exposição patente na Casa da Esquina
10 Outubro a 8 Novembro 09
Rua Aires Campos nº6. Coimbra
http://www.nacasadaesquina.blogspot.com/
Horário:
Segunda a Sexta: das 17.00 às 19.00Sextas e Sábados: 22.00 às 24.00
Informações:
iczeros@gmail.org
tlm: 912206230
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