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sábado, 26 de setembro de 2009

VIII FEIRA DE ARTES PLÁSTICAS DA ARGA
















Aqui há tempos fomos a Baiona dar uma vista de olhos a VIII Feira de Artes Plásticas da Associação de Artistas Plásticos Galegos. Não pudéramos ir à Corunha, mas para não ir ali já não havia desculpa. É que no Verão, a Galiza anima-se com a festa das artes; várias iniciativas que se desdobram por toda a região. As Feiras da ARGA não são de menor importância.
No passeio da Palma, ali junto ao mar, ouvia-se:

…ó meu amor de algum dia
Partamos de flor ao peito
Que o amor é como o vento
Quem pára perde-lhe o jeito
E morre a todo o momento


Fado por aqui? Pois era a pintora Maria Manuela, cantora que na Galiza arrasta multidões. Eva Veiga escreve no catálogo: «…Maria Manuela traz-nos a experiência de um mundo próprio, tão seu que nos comove pela sua beleza e pela sua autenticidade».
Mais à frente Beatriz Ansede com o seu abstraccionismo figurativizante, a distanciar-se da obra que apresentou no Porto o ano passado, com Garcia Rey, Concha Diaz, Yolanda Carbajales e Maria Xésus. Mª Xésus também lá estava com obra nova e o Porto cada vez mais visitado. No catálogo escreve Patrícia Nogueira, que há-de saber muito bem do que fala: « … M.ª Xesús chegou a uma etapa de maturidade criativa, na qual nos dá permissão para nos aproximar do seu interior…».
E que dizer das belíssimas paisagens de Cabello Ruiz que ainda há pouco vimos nas “Pontes Luso Galaicas”? Ou das de Laureano Vidal? E a serenidade do traço romântico de C. Vázquez Prats?
Chelo Rodríguez emociona-nos com as cores quentes dos seus volumes, assim como as de Victor Rey , bem como as formas intimistas de Lola Beade. Não deixamos de apreciar os objectos iluminados de Luís Romero e também as poéticas cidades de luz de Sónia Omil. As figurações de Teresa Añon e Tino Poza, cada um à sua maneira, também são notáveis.
No fim do renque de pavilhões estava o de X. Vázquez Castro, o actual director da associação. Demorámo-nos a apreciar as suas exuberantes figuras já que a elas ficaram-nos pregados os olhos. Na despedida tínhamos um catálogo com protesto de amizade e um desenho ali confeccionado na hora, a dar nota da excelente maestria do autor.

É notável esta iniciativa que se repete há vários anos.

Entretanto já se sentava numa cadeira, saída não se sabe donde, o filho de Maria Manuela, a dedilhar a viola, enquanto, com a sua excelente voz a pintora entoava:

Se o meu sangue não me engana
Como engana a fantasia
Havemos de ir a Viana …

Despedimo-nos e fomos a Viana do Castelo ver a exposição de homenagem a Amadeu Costa.

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